Interessante reparar que, com o passar dos anos a gente vai se tornando
mais crítico de si mesmo e, ao mesmo tempo mais complacente com as coisas que
vemos à nossa volta.
Aqueles dias que já foram tão agitados vão se tornando mais calmos até
que um dia você percebe que sua vida é um eterno domingo, a única diferença
entre aquelas jovens tardes de domingo e as atuais é que seu saco está tão
cheio que fica difícil sentir alegria. Assim a gente vai cultuando as pequenas
alegrias que aparecem no caminho e tornam a vida mais agradável.
São essas pequenas alegrias somadas que criam um valor tão grande que
te levam a concluir que a vida é mesmo para ser vivida, não importa em qual
trem você tenha embarcado.
Os textos que escrevi são um pouco disso. Pequenas e despretensiosas
anotações que buscam retratar alguns momentos da vida, de uma maneira bem
descontraída.
Espero que, ao ler este livro, você entre no mesmo clima que eu entrei
e que, em algum momento, ele te lembre uma passagem de algo já visto.
Este livro contém os seguintes contos:
Será
que valeu a pena ter ficado adulto?; Uma
resposta para Muriel; Joinha; A
última conversa com meu pai; Não
era mesmo para nós; Wanderléa
a go go; Época
errada; Estação
Jaguariúna; Poderia
ser pior; Hildebrando; Sufoco; Sertanejo
do segundo grau; Cada
dia que passa eu entendo mais Fernando Pessoa; Comedores
de carne; As
Artimanhas do Tempo